Um tratamento psicoterápico utilizando as abordagens Cognitivo-Comportamental e Arte Terapia pode ser muito eficaz.
A intervenção ocorre não só a um nível verbal trabalhando padrões de pensamentos, comportamentos, sentimentos e reações fisiológicas, mas também a um nível não-verbal criativo, isto é o desenho, a colagem e a pintura são utilizados para a identificação de queixas, formulação de casos, estabelecimento de metas e explicação do modelo cognitivo-comportamental.
Empregamos a arte na identificação e no trabalho com os pensamentos automáticos, erros cognitivos e crenças disfuncionais. Através da criação artística o indivíduo pode externar e transformar seus sentimentos, pensamentos e comportamentos em formas concretas, aprendendo a identificá-los e diferenciá-los não só verbal, mas também visualmente (não-verbal) facilitando o entendimento e aprendizado das diferenças entre os mesmos.
O objetivo do presente trabalho é, apresentar os resultados do grupo terapêutico: Terapia Cognitivo-Comportamental e Arte-Terapia.
Participaram da pesquisa nove pessoas, de ambos os sexos (56% mulheres e 44% homens), com idades variando de 16 a 50 anos.
Dois participantes desistiram do grupo permanecendo no mesmo o total de sete pessoas. As sessões foram realizadas semanalmente, durante dois meses tendo a duração de 2 horas. Os objetivos centrais do grupo foram trabalhar:
1) O modelo cognitivo de Beck, bem como a identificação de pensamentos automáticos disfuncionais e a reestruturação cognitiva;
2) Transformar queixas em metas;
3) Solução de problemas. Vale lembrar, que todos os participantes do grupo estavam fazendo terapia cognitivo-comportamental individual no IPAF (Instituto de Psicologia Aplicada e Formação).
O grupo foi coordenado por uma terapeuta e uma co-terapeuta, que participou como observador participante.
Realizamos na última sessão uma avaliação do grupo terapêutico “Terapia Cognitivo-Comportamental e Arte-Terapia”, onde verificamos que: Os participantes relataram que o trabalho de grupo ajudou na terapia individual; 86% dos participantes relataram que foram ajudados na área profissional, 86% na área afetiva, 71% na área social e 57% na área da saúde.
Os terapeutas dos clientes que participaram do grupo, colocaram que: o trabalho de grupo ajudou na terapia individual, bem como, auxiliou os clientes no trabalho com os pensamentos automáticos, estabelecimento de metas e solução de problemas.
Concluímos que este tipo de intervenção, foi eficaz, pois o desenho, a pintura, a colagem e outros artifícios artísticos além de facilitar a expressão de pensamentos automáticos, estados emocionais, relações fisiológicas e comportamentais, diminuem a ansiedade, promovendo um relaxamento, muitas vezes fundamental, para trabalhar com as queixas dos pacientes. Tais artifícios ajudam a organizar a cognição, bem como facilitar a verbalização.
Modalidade do Trabalho: Mesa redonda.