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Reflexão sobre a Percepção da Dissimulação na Clínica Cognitivo-Comportamental

A mentira é um componente intrínseco das relações interpessoais. Apesar de aceitável e até desejável em algumas situações sociais, em outras ocasiões podemos afirmar que suas conseqüências sejam desastrosas. As mentiras, às vezes, podem ser descobertas devido a fatos e/ou pessoas que a contradigam, e/ou em função de pistas da conduta de quem mente, como seu comportamento não verbal. Mentimos com mais facilidade com as palavras do que com os gestos ou posturas corporais. É verdade, que as pessoas podem exibir um rosto enganosamente simpático, construir um sorriso falso ou fingir raiva. Mas apenas quando sabem mais ou menos o que fazer. Embora o bom dissimulador emita o menor número de sinais não verbais de dissimulação, suprimindo a maior parte dos movimentos de contorção do corpo, restam quase sempre alguns sinais não verbais difíceis de serem eliminados. Alguns movimentos podem limitar-se a micro expressões faciais, mas tais indícios podem ser detectados. Psicólogos clínicos tem empregado, tradicionalmente sonhos, associações livres, esquecimentos e atos falhos para descobrir problemas que os pacientes ocultam deles próprios e de seus psicólogos.

Recentemente, uma série de terapeutas vem utilizando-se de técnicas para detectar essas contradições e trabalhá-las no setting terapêutico, porém muitos terapeutas desconhecem como empregar tais estratégias no Brasil. Os comportamentos não verbais constituem uma fonte de acesso aos estados emocionais do paciente. Eles podem indicar contradições entre aquilo que o paciente diz e o que manifesta em seu comportamento, sendo que o terapeuta pode utilizar tais dados em seu trabalho terapêutico, assinalando, por exemplo, as contradições entre o que o paciente mostra com o seu corpo e aquilo que ele diz. O paciente também pode demonstrar emoções através da expressão facial que contradizem sua fala, ajudando o terapeuta a observar a dificuldade do paciente em reconhecer e identificar suas próprias emoções. No entanto, é necessário que a dissimulação seja tomada como relativa no setting terapêutico.

Entretanto, ela não é irrelevante, aparecendo, assim, como material a ser trabalhado na sessão. Terapeutas aptos a identificar sinais não verbais de dissimulação no comportamento do paciente, podem evitar suicídios e/ou que seus pacientes se envolvam em situações de risco. Este trabalho, propõe-se a uma discussão sobre a importância da percepção da dissimulação no âmbito da clínica cognitivo-comportamental.

Destacam-se ainda alguns sinais não verbais de dissimulação que podem ser identificados, com relativa facilidade, pelos terapeutas. Abordam-se pesquisas a respeito da percepção da dissimulação no contexto clínico e no THS, bem como a relevância desses resultados para a prática clínica.

Modalidade do trabalho: Mesa redonda.

Autor

Mônica Portella

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